terça-feira, 27 de janeiro de 2009

O desafio do contrário

Os primeiros dias do governo “Márcio Búrigo e Eu” estão sendo desafiadores para o prefeito Clésio Salvaro. Enquanto deputado, as opiniões contrárias às suas ações eram tímidas, de determinado seguimento da sociedade com interesses no que o deputado votava.
Agora, prefeito, Clésio está tendo dificuldades para assimilar a diferença entre o executivo e o legislativo. Tendo suas ações debatidas (ou até censuradas) pela Câmara Municipal e pela opinião pública, Salvaro precisa se acostumar rapidamente com essa “vida nova” para não cometer mais deslizes.

Tentar passar projetos na câmara na marra, por simplesmente ter conseguido formar a maioria no plenário e fazer a população engolir alguns sapos em nome da consagração do choque de gestão não parece ser uma forma correta de administrar. Quem faz algumas coisas “na marra” é o poder legislativo, o executivo precisa de muito jogo de cintura para conciliar interesses da governabilidade com a câmara e a opinião pública.

Salvaro conta ainda com alguns vereadores de “primeira viagem” na sua base de governo, que naturalmente não conhecem muito bem os regimentos internos. Logo existem projetos da administração pública municipal que estão chegando às comissões da câmara de vereadores e recebendo o selo de inconstitucionalidade.

Durante a campanha Salvaro ressaltou (e muito) que ele e seu vice estavam muito bem preparados para administrar a cidade. Assim sendo, isso é o mínimo que os criciumenses estão esperando. Salvaro precisa cortar logo o cordão umbilical que o ligou à Assembléia Legislativa durante muitos anos para de fato administrar com toda a eficiência que vimos no horário eleitoral. É hora de quem trabalha, né?

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Bem-vindos ao choque!

Foram necessários menos de 20 dias de gestão para a cidade de Criciúma conhecer o “choque de gestão” na prática. Dos seis primeiros projetos encaminhados à Câmara de Vereadores de Criciúma pelo novo prefeito, dois tratam da venda de patrimônio público. São eles o pátio de máquinas da prefeitura e a praça municipal Cincinato Naspolini, no Bairro Próspera. É importante analisarmos a tendência ideológica das administrações públicas para entendermos que as “privatizações” em Criciúma já eram aguardadas.

Em resumo, o PMDB fez administrações na cidade com a sua peculiaridade. Muitas obras, poucas ações sociais.
O PT também seguiu a tendência ideológica na administração pública. Fez muitas ações sociais, porém poucas obras.

O voto popular das eleições de 2008 refletiram uma insatisfação com os dois modelos, elegendo com ótima vantagem a novidade, o choque de gestão, “o Márcio Búrigo e Eu”. Mas é importante saber o que é tendência para os próximos anos da nossa cidade. Os governos de direita, especialmente do PSDB lidam com a administração pública de lucros, como uma empresa. FHC desencadeou a série de privatizações no país que ainda hoje são implantadas nas administrações dos seus correligionários. Sou contra a venda de qualquer patrimônio público primeiro porque nossos patrimônios já são escassos. Segundo porque nunca se sabe o destino exato dado ao dinheiro recebido nessas vendas.

Ainda que discorde desse modelo (como discordei de muitas coisas das administrações anteriores) acho que a vontade popular é soberana. Clésio Salvaro foi eleito (e com ótima votação) e isso merece todo o meu respeito. Aliás, acho que os próximos quatro anos serão ótimos para a população conhecer três projetos diferentes de governo e escolher o que mais agrada. Essa "concorrência comparada" força a competência que está cada vez mais invisível nos nossos administradores, de todos os partidos.

À nossa cidade e ao nosso povo digo: Evitem lugares úmidos e andem sempre bem calçados. E sejam bem-vindos ao choque de gestão!