sexta-feira, 18 de abril de 2008

Unisul: "Eleições", retrocesso e "democracia"


Sempre que se fala em eleições para a reitoria da Unisul presenciamos debates calorosos entre os defensores do modelo atual e os contrários. Quero opinar com a visão do acadêmico, livre de interesses particulares, e que apesar de ser afetado de forma direta pelas decisões do reitor, "participa" de forma indireta na escolha do mesmo.

A democracia, que é a questão mais levantada pelos debatedores nesse caso, poderia ser analisada de diversos ângulos. O único destes que eu não usaria é o significado científico da palavra porque, infelizmente, a prática e o significado real de muitas palavras do nosso vocabulário se distorceram – e muito – dos seus conceitos científicos.

Vou falar da democracia que percebemos, sentimos. Essa é incontestável. E, infelizmente, para os acadêmicos da Unisul, inexistente. A forma indireta ou representativa de eleição que vivemos na universidade não é – nem de longe – uma democracia.

Infelizmente no movimento estudantil presenciamos a realidade do voto por representação, os estudantes elegem os delegados que votam nos congressos. Mas na Unisul ainda é pior. Nós não escolhemos quem serão as pessoas que votam nas eleições da reitoria.

Não sejamos ingênuos para acreditar que a eleição da forma direta é uma garantia da qualidade do eleito. Mas na minha cidade eu presencio as eleições para coordenador de curso e reitor da universidade. Posso afirmar com propriedade que a forma direta beneficia a instituição de ensino, bem como professores, funcionários e estudantes.

O candidato a reitor apresenta propostas de gestão. Debate com acadêmicos e outros candidatos. Os estudantes, os funcionários e professores conhecem quem ocupa a cadeira da reitoria, como ele pensa e o que ele prometeu pra chegar ate ali. E o principal: o movimento estudantil pressiona o eleito para cumprir as promessas de campanha. Caso isso não aconteça, nós teremos a próxima eleição para corrigir o erro, trocar o reitor. Isso não força uma melhor gestão dos ocupantes do cargo?

Somado a isso existe o exercício da cidadania, a sensação de progresso no âmbito da democracia. E reafirmo a questão de progresso porque em relação aos estudantes que votam para reitor e coordenador de curso nos vemos num retrocesso histórico, implorando por "Diretas Já"!

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Associação Mundial de Jornais X China

Ao ler o jornal Diário Catarinense de hoje me chamou a atenção o anúncio da Associação Mundial de Jornais, que lançou uma campanha (às vésperas dos Jogos Olímpicos da China) para protestar contra a prisão de jornalistas chineses.

Segue texto na íntegra:


VOCÊ GOSTARIA DE ASSISTIR AOS PRÓXIMOS JOGOS OLÍMPICOS?
ISSO É UMA COISA QUE VOCÊ NUNCA VERÁ

Em agosto de 2008, os Jogos Olímpicos acontecerão pela primeira vez na China. O acontecimento promete ser grandioso e centenas de milhões de pessoas de todo o mundo assistirão.
O que as autoridades chinesas têm medo de divulgar, porém, é o número de jornalistas - mais de trinta - que estão cumprindo pena de prisão neste momento.Nada fizeram de errado. Apenas tiveram a coragem de contar a verdade e divulgar notícias que o governo preferia ocultar.

Um exemplo? A condenação a vinte anos de prisão de Zhu Wanxiang, que aconteceu quando seu jornal se atreveu a informar sobre protestos de camponeses cujas terras foram encampadas pelo governo.Há também o caso de Li Yuanlong, condenado a dois anos de prisão por colocar anúncios na Internet que criticavam o nível de vida na China.

Na mesma situação se encontra Shi Tao, condenado a dez anos de prisão por ter informado sites estrangeiros na Internet sobre a proibição de comemorar o 15º aniversário do massacre da praça de Tiananmen (Paz Celestial), imposta por autoridades chinesas.

Há pelo menos mais trinta jornalistas presos por 'crimes' semelhantes.Você se sente confortável com a idéia de que os Jogos Olímpicos acontecerão em um país que prende seus próprios jornalistas por contar a verdade?

Se este não for o seu caso, junte-se à nossa campanha e mande uma mensagem para as autoridades chinesas, pedindo a libertação de todos os jornalistas encarcerados, em consideração à realização dos Jogos Olímpicos. Sua ação pode mudar o rumo das coisas.

No site da campanha (clique aqui) você pode encontrar os nomes e histórias dos jornalistas presos pelo governo chinês, bem como as peças da campanha.
Qual é a sua opinião a respeito disso? Comente!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Saúde e educação, prioridade só na eleição!

Por Adelor Lessa
Coluna no Jornal A Tribuna - 09/04/2008

Acompanhei ontem, na Assembléia Legislativa, Florianópolis, a sessão que aprovou em definitivo o abono aos professores da rede pública do Estado. Foi lamentável. Como filho de professora aposentada, não tinha como não ficar indignado. "Dona" Lourdes e seus companheiros mereciam um tratamento mais respeitoso. De nada adiantaram os protestos dos professores, ativos e inativos, que lotaram as galerias, e fizeram ser suspensa a sessão por duas vezes, com ameaça de cancelamento. Em uma delas, a coordenadora do Sinte de Criciúma, professora Janete Medeiros, fez parar tudo. Levantou nas galerias e, de dedo apontado para os deputados da base do Governo, disse tudo o que todo o professor gostaria de dizer. Pelo menos, descarregou.

Mas os deputados da base pareciam surdos. Estavam ali para cumprir ordem, e foram muito obedientes. Aprovaram tudo como o Governo queria. Assim, ajudaram, a manter o salário de fome do professor, ganhos irrisórios (e ofensivos) aos aposentados, prédios escolares em más (ou péssimas) condições e falta de equipamentos para o trabalho com os alunos.

Saí da Assembléia, "abri" o meu computador, e lá estavam várias mensagens sobre os problemas de sempre na rede pública de saúde. Só para citar dois: em Urussanga, o caso hospital ainda está aberto pela "teimosia" dos seus diretores; em Criciúma, continua o ambiente "pós-guerra" no Pronto-Socorro do Hospital São José, com pacientes espalhados e amontoados pelos corredores, sendo medicados, tomando soro, recebendo curativos. Mas os políticos, a cada campanha eleitoral, garantem que saúde e educação são as prioridades. Mas, onde? Na França? Só se for lá!


Ao ler hoje pela manhã a coluna do jornalista Adelor Lessa concordei em gênero, número e grau com essa nota que transcrevi na íntegra para os leitores do blog. Infelizmente a análise do Lessa está perfeita. Se o leitor não lembra do caso "greve dos professores" role a página para baixo que já foi dada opinião de muita gente no texto "Greve dos professores catarinenses".

terça-feira, 8 de abril de 2008

Além das Janelas


Por Stéphanie Pizzolatti

Todos os dias, ao acordar, abro a janela do meu quarto e vejo a vida passar lá fora, faça chuva ou faça sol. Vejo também tantas outras janelas, das casas, dos prédios, dos carros, da padaria, da Igreja...Continuo andando pela casa e abrindo as outras janelas para que a luz entre e o ar se renove, e não posso, ou melhor, não consigo deixar de observar mais e mais janelas.
Mas por que tantas? Já tentei imaginar as coisas sem janelas, na verdade já até desenhei e realmente ficaram muito estranhas, mesmo assim não dei-me por satisfeita, não matou a minha curiosidade de sua grande quantidade espalhada pelo mundo. Qual sua real importância? Deixar a luz entrar, o ar arejar ou apenas saciar o desejo humano de observar a vida alheia? Depois de muito tempo tentando desvendar o mistério dos buracos nas paredes, eu aprendi que cada pessoa os utiliza acordo com as suas necessidades.

Há aqueles que ficam na janela analisando e pré-julgando a vidas das outras pessoas ou criticando o telhado sujo do vizinho, aqueles que ficam horas e horas esperando a pessoa amada passar, há os que buscam desenhos e formas nas nuvens ou apenas se perdem no infinito azul do céu, os amantes da lua que a contemplam todas as noites, os invejosos que vêem com malícia o casal apaixonado que caminha feliz, os que vão à janela respirar ar puro e também aqueles que escutam conversas alheias para no dia seguinte ter o que fofocar, há ainda aqueles que acham as janelas uma perda de tempo.

Então chega certa hora, um determinado momento da vida em que descobrimos a janela mais importante que existe... A janela da Alma! E quando essa se abre já não precisamos de explicações, porque todas as outras e tudo que vemos através delas passam a ter um significado, passam a ter sentido... Dela vemos tudo e muitos nem percebem que há uma janela aberta.
Abra os olhos e veja o invisível...o essencial para a alma!

Estou muito feliz em publicar o primeiro texto enviado pelos leitores. A crônica que vocês acabaram de ler foi enviada pela Tefinha, estudante de Jornalismo da Unisul. Gostei bastante do texto e da particpação no Blog e espero que você e os outros leitores enviem mais textos para serem publicados nesse espaço que é nosso!

sábado, 5 de abril de 2008

A desvalorização da arte

Quatro minutos. Esse é o tempo médio que o artista Antoni Petroccely leva para pintar uma tela, ao som alto no estilo Hard Core e usando tinta spray com as cores básicas (branco, amarelo, azul, vermelho e preto), além de algumas artimanhas como fogo, esponjas e espátulas.

A habilidade do artista roubou a cena de quem passava pela Praça Nereu Ramos neste sábado. Em frente à entrada principal do Shopping Della Giustina se formava uma roda de mais de 50 pessoas cada vez que Petroccely começava uma nova obra.

Antoni Petroccely, 30 anos, é natural do Rio de Janeiro e já percorreu mais de 400 cidades divulgando e vendendo o trabalho que aprendeu a fazer nas ruas de São Paulo.
Apesar de atrair a atenção de muita gente na praça, o artista está de saída de Criciúma porque acha a arte pouco valorizada por aqui. "Meu sonho é ter meu trabalho reconhecido e morar fora do Brasil. É triste ver que a arte é tão pouco valorizada por aqui, quero morar num lugar que dê o valor que ela merece" critica o artista.

As telas de Petroccely abordam diversos temas, como natureza e animais e têm preço variado de acordo com o tamanho, entre R$15 e R$40,00. O artista conta que está escrevendo um livro, ainda sem titulo, para criticar o comportamento da sociedade em relação à arte. "Tem gente que me assiste enquanto pinto e depois aplaude, mas tem gente que vem comprar e quer fazer o preço. A maioria acha as telas de R$15,00 caras e é isso que me desanima" afirma.

Por coincidência, durante a entrevista uma senhora de classe média-alta se aproximou do artista pedido para ele fazer duas telas por R$20,00. Depois de muita negociação e de ouvir o filho de 11 anos dizer que o trabalho valia a pena, a senhora pagou R$25,00 nas duas telas e saiu com cara de quem não tinha feito bom negocio.

Antoni Petroccely vai ao Oeste do estado nesta segunda-feira encerrar sua passagem por Santa Catarina que já dura dois anos.

Conheça mais sobre o trabalho no site do artista: http://www.cyberartetv.kit.net/

quarta-feira, 2 de abril de 2008

A redução da maioridade penal

Li no Portal Terra que uma pesquisa do Ibope (publicada no dia 27 de março) apontou que 83% dos entrevistados (2.002 pessoas) defendem a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos, acreditando que isso iria diminuir o número de crimes.

Pois bem, hora de soltar o verbo:

Que insanidade! O tráfico e suas quadrilhas pegam os menores de 18 anos hoje para cometerem delitos (ou assumir alguns sem que os tenham cometido) porque o menor vai para casas de recuperação e tem uma pena pequena.

Quer dizer então que as pessoas ali ao responder a pesquisa consideram que diminuir a idade penal é a solução? Na minha opinião o problema fica ainda mais bizarro. Não veremos mais jovens de 16 e 17 anos cometendo crimes em nome de quadrilhas. Veremos jovens de 14, 12, 10 anos de idade. Vai me perguntar o leitor aí: Ué, hoje já não existem crianças de 12 anos cometendo crimes para as quadrilhas?

Claro que existe! Mas não são maioria. A maioria são os jovens no limite da maioridade penal, porque quanto mais velho mais esperto, mas se ultrapassar a maioridade penal perde o valor para a indústria do tráfico.

Não adianta! seja qual for o tema levantado aqui no blog eu só consigo ver a educação como alternativa para o caos do atual comportamento humano.